Crônicas Indígenas Brasileiras- O Cacique Ari Yó Piquerobi
O Cacique Piquerobi, é meu Antepassado da 15ª Geração por parte Paterna.
Cacique Piquerobi nasceu em São Miguel de Ururay no ano de 1480 e faleceu em São Paulo de Piratininga, no ano de 9 de julho de 1562.
Foi um líder tupiniquim que lutou para expulsar os colonizadores europeus da capitania de São Vicente.
Ficou conhecido por lutar na Guerra de Iguape e na Guerra de Piratininga.
Foi pai de Jaguaranho e irmão do chefe Tibiriçá.
O nome "Piquerobi" ou "Piquerowi" deriva do tupi antigo pikyroby, que significa "piquiras", uma espécie de peixe miúdo de cor verde, através da composição de pikyra (piquira) e oby (verde).
O Cacique Piquerobi era filho do poderoso Cacique Amyipaguana e sua mãe era NN Tibiriçá.
O casal teve muitos filhos, os que entraram para a história foram Tibiriçá, Caiubi, Araraí e Piquerobi.
Diferente do que alguns autores apresentam sobre a família de Piquerobi, eles não eram do tronco Tupi e sim do tronco Macro-jê e eram chamados de tupiniquim por serem "vizinhos dos tupi", tupiniquim não é considerada uma etnia, de acordo com os estudos de Mestre Robson Miguel, tradutor linguístico Tupi-Guarani do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
À época da colonização portuguesa no Brasil, tribos de diferentes etnias viviam em São Paulo.
Tibiriçá era líder do aldeamento de Inhapuambuçu, na região central de Piratininga, que após a chegada dos jesuítas foi chamada de São Paulo de Piratininga,.
Já Caiubi era cacique da aldeia de Jerubatuba.
No início da colonização, em São Vicente, os portugueses João Ramalho e António Rodrigues, casaram-se com índias nativas, João Ramalho com Bartira, a filha de Tibiriçá e Antonio Rodrigues com uma das filhas do Cacique Piquerobi que embora tivesse outro genro português, discordava de Tibiriçá que se tornara cristão e permitia a fixação de bandeirantes e jesuítas na região, que passaram a escravizar os índios e a interferir nos rituais religiosos.
Cacique Piqueroby, era “Morubixaba (chefe guerreiro), da tribo Guaianá dos Hururahy", suas terras iam da antiga Vila Nossa Senhora da Penha de França até a região que foi nomeada pelos jesuítas de São Miguel dos Ururaí (São Miguel Paulista), na zona leste de São Paulo, atravessando o antigo Cangaíva (Cangaíba) e Jaguaporeruba (Ermelino Matarazzo).
Em 1534, Piquerobi se uniu aos espanhóis, junto com seu genro Português Cosme Fernandes Pessoa, o “Bacharel de Cananéia”, casado com a sua filha Karay-Yó-Hururari e outros portugueses, para atacar a Vila de São Vicente, saqueando e destruindo, na tentativa de expulsar os colonizadores, no conflito que durou dois anos e ficou conhecido como Guerra de Iguape.
Anos mais tarde, o cacique se uniu aos Carijó e aos Guaru para atacar o aldeamento de Tibiriçá, mas seu irmão ficou sabendo do ataque dias antes e conseguiu se preparar para a ofensiva, na primeira guerra entre índios e portugueses no planalto paulista, a Guerra de Piratininga.
Tibiriçá saiu vitorioso com o apoio dos portugueses, assassinando seu irmão Piquerobi e o sobrinho Jaguaranho, em julho de 1562.
Muitos conflitos ocorreram, em diferentes regiões do país, invadindo as terras indígenas e exterminando diversas tribos.
Em São Paulo, em fins do século XVIII e meados do século XIX já eram raros os vestígios indígenas, permanecendo, no entanto, muitos nomes que nos apontam as características primitivas das regiões que foram transformadas em sítios e chácaras até os loteamentos urbanos, à época da industrialização, no século XX.
Adriana Lopes, historiadora dos bairros da zona leste de São Paulo, após pesquisar a contribuição dos povos indígenas na região e a tentativa de defesa das terras do aldeamento Ururaí pelos Guaianá, comandados por Piquerobi, traído e assassinado pelo irmão Tibiriçá que por se aliar aos portugueses está enterrado junto aos jesuítas na Catedral da Sé e foi pintado com traços europeus, excluindo as características das tribos primitivas brasileiras, buscou conhecer as particularidades desses povos que não tem por costume ser retratados, desejando dar-lhe um rosto com traços brasileiros mais fidedignos, referência para futuros estudos.
O Artista plástico, Alex King, sob a orientação do Mestre Robson Miguel, após alguns esboços, criou um rosto para o Cacique Piquerobi para homenagear a resistência dos povos indígenas na região de São Paulo, presenteando a historiadora no lançamento da Bandeira do Cangaíba, em fevereiro de 2020.
Quanto ao genro Português do Cacique Piquerobi, o Cosme Fernandes Pessoa, destaco que:
Uma expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos ou Gonzalo Coelho (fontes divergem) e Américo Vespucio chegou à ilha de São Vicente a 22 de Janeiro de 1502, dando-lhe este nome.
No dia 24 de janeiro, Cosme Fernandes Pessoa (chamado de Bacharel de Cananeia por causa de seu diploma universitário), um novo cristão (um judeu que se converteu ao cristianismo), chegou ao local que chamaram de Barra del Río Cananor e partiu na ilha de Cardoso (chamado de Marataiama pelos Carijós).
Foi o primeiro europeu a habitar o Brasil.
O Bacharel de Cananeia conquistou prestígio entre os indígenas locais, juntou-se a Karay-Yó, filha do cacique Ari-Yó Piqueroby (irmão de Tibiriçá que combateu a colonização sistemática por parte dos portugueses) e estabeleceu-se numa vila da qual de fato governava e controlava o comércio da região.
Segundo documento do historiador português Jaime Cortesão, o Bacharel já vivia no Brasil antes da chegada de Pedro Álvares Cabral em 1500, contrariando a versão tradicional
É citado num documento datado de 24 de abril de 1499, descoberto por Cortesão onde relatou extraoficialmente uma possível viagem de Bartolomeu Dias ao Brasil.
Outro documento, de 1526, descreve a vila de São Vicente, informando que teria uma dezena de casas, apenas uma de pedra, com uma torre de defesa, muitos historiadores acreditam que o Bacharel de Cananeia, teria sido o verdadeiro fundador de São Vicente.
Quando, em 15 de janeiro de 1528, o espanhol Diego García de Moguer, a caminho do Río da Prata, chegou a Cananeia, relatou que Cosme Fernandes Pessoa (a quem chamou de Bacharel de Cananéia) vivia entre os indígenas com 6 mulheres, mais de 200 escravos e mais de mil guerreiros.
Pesquisas arqueológicas recentemente realizadas em São Vicente pela Usp, por solicitação do Prefeito Márcio França, em muro remanescente, comprovaram ser de 1516 , a construção da "Casa de Pedra" (Fortaleza).
Essa Obra construída pelo Bacharel Mestre Cosme, é datada de 16 anos antes da chegada de Martim Afonso de Souza.
Fonte: Wikipedia
http://www.cananet.com.br/historia/database/artigo/artigo_22.html
Imagem: Artista Plástico Alex King
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