Crônicas do Nordeste- A Comadre Fulozinha

Segundo a lenda, Comadre Fulozinha é o espírito de uma cabocla de longos cabelos negros, que lhe cobrem todo o corpo. 

Ágil, vive na mata defendendo animais e plantas contra as investidas dos destruidores da natureza.

Gosta de receber presentes, principalmente papa de aveia, confeitos, fumo e mel. 

Quando agradada, logo faz que a caça apreça para quem lhe ofereceu o agrado e permite que este consiga sair da mata, alguns idosos afirmam conversar com ela.

Tem personalidade zombeteira, algumas vezes malvada, outras vezes prestimosa. 

Diz-se que corta violentamente com seu cabelo aqueles que a mata adentram sem levar uma quantidade de fumo como oferenda e também lhes enrola a língua. 

Furtiva, seu assovio se torna mais baixo quanto mais próxima ela estiver, parecendo estar distante. 

Ela também gosta de fazer tranças e nós na crina e no rabo dos cavalos. 

Somente ela os consegue desfazer, se for agradada com fumo e mel.

Existem várias versões de como a Comadre Fulozinha teria surgido. 



Uma das mais populares é que a Comadre Fulozinha era uma criança que se perdeu na mata quando ainda era pequena e morreu procurando o caminho de volta para casa, assim seu espírito passou a vagar pela floresta em busca do caminho de volta.

Outros contam que ela era filha de um homem branco rico e mal com uma indígena de classe baixa, sendo cabocla. 

Era uma menina que sempre adorou a natureza, sua mãe acabou falecendo e ela teria começado a se rebelar e tomando o poder da natureza, vingando-se de todos aqueles que já fizeram crueldades com os animais ou que destruíram florestas e matas.

A origem da lenda da Comadre Fulozinha é incerta, provavelmente tenha surgido ainda no período colonial assim como outras lendas do folclore brasileiro, demarcando aproximadamente o século XVII ou século XVIII. 

A explicação para sua origem da lenda foi passada de forma oral por pais para filhos, se espalhando rapidamente pelo resto do Nordeste brasileiro, especialmente nos interiores dos estados, atualmente pode ser encontrada na Paraíba, em Pernambuco, no Rio Grande do Norte, em Alagoas e no Ceará.

A Comadre era comumente usada como uma forma de disciplinar crianças, como uma lição de moral. 

A história conta que a criatura não gosta de meninos que desrespeitam pessoas de mais idade. 

Em uma ocasião, ela teria colocado uma menina no telhado da própria casa após ela xingar a própria mãe. 

Em outras versões é contado que a entidade leva a criança mata a dentro e deixando-a perdida em meio à floresta.

No culto da Jurema na Paraíba, ela é considerada uma entidade divina e tem caráter ambíguo, agindo para o mal e para o bem.

Fonte: wikipedia

Imagem: wikipedia

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