Crônicas de Cananeia- A resistência do Bacharel Mestre Cosme Fernandes Pessoa
No dia 12 de agosto de 1531, Pero Lopes e Martim Afonso de Sousa atracam perto do arquipélago de Cananéia e enviam Pedro Annes, o piloto da expedição, terra adentro.
Cinco dias depois o piloto retorna com Francisco de Chaves, genro de Mestre Cosme, 5 ou 6 castelhanos e o próprio Bacharel Mestre Cosme Fernandes Pessoa.
Os degredados conversaram, então, com o capitão-mor e esse ordena que Pero Lobo Pinheiro, parta com Chaves e mais oitenta homens para o interior do continente, visto que ele havia prometido, que em dez meses, retornaria com quatrocentos escravizados carregados de prata e ouro.
Essa expedição, que partiu no dia 1 de setembro daquele ano, rumo ao Império Inca, no Peru, nunca mais retornou a São Vicente, tendo sido dizimada pelos indígenas
Em 1536, a propósito do massacre dos oitenta integrantes da expedição de Pero Lobo pelos Carijós às margens do rio Iguaçu, pouco depois de partirem de Cananeia em 1º de setembro de 1531, na malfadada expedição, Pero de Góis intimou os espanhóis a entregarem o Bacharel de Cananeia e a prestarem obediência ao rei de Portugal e ao governador Martim Afonso de Sousa, em trinta dias, sob pena de morte e de confisco de bens.
Moschera respondeu que não reconhecia a jurisdição da Coroa portuguesa, uma vez que se encontrava em terras de Castela, (por conta do tratado de tordesilhas), criando-se um impasse.
Na iminência de ataque pelos portugueses, Moschera e o Bacharel, apoiados por duzentos indígenas flecheiros, capturaram um navio corsário francês, que pouco antes aportara em Cananeia, em busca de provisões, apoderando-se de suas armas e munições.
Em seguida, fizeram cavar uma trincheira em frente à povoação de Iguape, guarnecendo-a com quatro das peças de artilharia do navio francês.
Na sequência, dispuseram vinte espanhóis e cento e cinquenta indígenas emboscados no manguezal da foz da barra do Icapara, aguardando a força portuguesa.
Esta, composta por oitenta homens, ao desembarcar foi recebida sob o fogo da artilharia, sendo desbaratada.
Na retirada, os sobreviventes foram surpreendidos pelas forças espanholas emboscadas na foz do rio, onde os remanescentes pereceram, sendo gravemente ferido o seu capitão Pero de Góis, por um tiro de arcabuz, ocorrido no Entrincheiramento de Iguape.
Vitoriosos, no dia seguinte os espanhóis embarcaram no navio francês e atacaram a Vila de São Vicente, que saquearam e incendiaram, levando inclusive o Livro do Tombo, deixando-a praticamente destruída, matando dois terços dos seus habitantes.
Após os ataques, ambos teriam fugido para a Ilha de Santa Catarina, tendo Moschera retornado ao rio da Prata e o Bacharel Fernandes para Cananéia.
Esta, ficou conhecida como a Guerra de Iguape.
Foi o primeiro confronto entre europeus portugueses e espanhóis na América do Sul.
Fonte: wikipedia
Imagem: Wikipedia- O Outeiro do Bacharel
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