Crônicas de Natividade da Serra- A Fundação

A data mais antiga documentando a origem de Natividade da Serra é 29 de maio de 1853, quando seu fundador Coronel José Lopes Figueira de Toledo perseguindo um escravo foragido de uma das suas senzalas, o qual acabou por se esconder em uma bela planície às margens de um rio rodeada de montanhas. 

A fuga do escravo da fazenda do Coronel situada no que hoje è chamado de bairro das Perobas, inspirou-o a transferir sua fazenda e seus empregados para lá devido a beleza do lugar. 

Logo a fazenda se transformou num vilarejo, chamado de Divino Espírito Santo de Nossa Senhora do Rio do Peixe, nome atribuído a religiosidade do Coronel e ao rio que passava as margens do vilarejo, num território outrora pertencente a Paraibuna.

Em 24 de abril de 1858 foi elevada à categoria de Freguesia, sendo chamada de Nossa Senhora do Rio do Peixe. 

Mais tarde, em 18 de abril de 1863 foi incorporado à Freguesia um outro vilarejo que se formava, conhecido como povoado de Nossa Senhora da Conceição e que hoje é o Bairro Alto. 

Com isso a Freguesia passou a categoria de Vila com o nome de Natividade e tendo como principal atividade econômica a pecuária e a agricultura de subsistência.

Em 3 de julho de 1934, passou a condição de distrito de paz e em 5 de julho de 1935 voltou a anexar-se ao Município de Paraibuna. O município foi instalado em 1864 e reinstalado em 1935. 

Em 30 de novembro de 1944, recebeu o nome definitivo de Natividade da Serra, nome originário da Padroeira da cidade, Nossa Senhora da Natividade e, também devido a sua situação geográfica entre os contrafortes da Serra do Mar.

No início do século XX, com a vinda da industrialização para o Vale do Paraíba, Félix Guisard em 1913, havia planos iniciais que previam a construção de uma usina hidrelétrica em Natividade da Serra, para suprir o abastecimento de energia elétrica na região aproveitando as corredeiras do rio Paraitinga num local conhecido como Ponte dos Mineiros. Porém, o início da Primeira Guerra Mundial em 1914 impediu o embarque dos maquinários e geradores para o Brasil anulando assim o projeto.

Passados 120 anos de sua existência, Natividade da Serra, sofreu uma enorme transformação e foi translada para um novo local, à aproximadamente um quilômetro adiante na rodovia que liga a cidade à Taubaté. 

Esta mudança foi em consequência do represamento do rio Paraibuna, rio Lourenço Velho, rio do Peixe e rio Paraitinga, para a construção da Usina Hidrelétrica de Paraibuna formando a represa da Companhia Energética de São Paulo (CESP) devido uma necessidade de atendimento sócio-econômico regional.

O estado procedeu com à construção da Represa de Paraibuna, inundando quase 200% da área e das edificações da sede e parte da área rural. Na zona rural, o represamento das águas afetou as terras férteis, eliminando grande parte da agricultura de subsistência.

Com construção da barragem de Paraibuna, ocorreu a inundação da cidade antiga, surgindo a nova Natividade da Serra fundada 13 de agosto de 1973 com o lançamento da pedra fundamental feita pelo então prefeito Otacílio Fernandes da Silva, Padre Higino e Terezinha de Castro Aquino, no local onde se ergue a igreja matriz da cidade.

O fenômeno da industrialização da “Calha do Vale” (Taubaté, Pindamonhangaba e Tremembé) e a inundação de algumas áreas do município, contribuíram para a emigração de parte da população. 

Para minimizar os prejuízos ocasionados pela inundação eliminando suas terras férteis, os produtores rurais investiram em grande escala, na plantação de eucaliptos.

Se inicia como distrito criado com a denominação de Natividade de Nossa Senhora do Rio do Peixe, por Lei Provincial no 33, de 24 de abril de 1858, no Município de Paraibuna.

Elevado à categoria de município com a denominação de Vila de Natividade, por Lei no 15, de 18 de abril de 1863, desmembrado de Paraíbuna, com Sede na Povoação de Nossa Senhora da Natividade do rio do Peixe. 

Constituído de 2 Distritos: Vila Natividade e Bairro Alto. 

Sua instalação verificou-se no dia 02 de março de 1864.

Cidade por Lei Estadual nº 1038, de 19 de dezembro de 1906.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o Município de Natividade se compunha de 2 Distritos: Natividade e Bairro Alto.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o Município de Natividade permanece com os mesmo Distritos de 1911.

Reduzida a condição de Distrito, por Decreto no 6530, de 03 de junho de 1934, indo seu território incorporar ao Município de Paraíbuna

Elevado novamente à categoria de município com a denominação de natividade, por Decreto no 7353, de 05 de julho de 1935, desmembrado de paraíbuna. Constituído de 2 Distrtitos: Natividade e Bairro Alto. Sendo reinstalado no dia 06 de agosto de 1935.

Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, bem como no quadro anexo ao Decreto-lei nº 9073, de 31 de março de 1938, o Município de Natividade pertence ao termo judiciário de Taubaté, da comarca de Taubaté, e se divide em 2 Distritos: Natividade e Bairro Alto.

No quadro fixado, pelo Decreto Estadual nº 9775, de 30 de novembro de 1938, para 1939-1943, o Município de Natividade é composto dos Distritos de Natividade e Bairro Alto, e pertence ao termo de São Luiz do Paraitinga, da comarca de São Luiz do Paraitinga. 

Pelo Decreto-lei Estadual nº 14334, de 30 de novembro de 1944,o Município e o Distrito de Natividade passaram a denominar-se Natividade da Serra. 

Para vigorar em 1945-1948, o Município de Natividade da Serra ficou composto dos Distritos de Natividade da Serra e Bairro Alto, e pertence ao termo e comarca de São Luiz do Paraitinga. 

Assim aparece nos quadros fixados pelas Leis nos 233, de 24-XII-1948 e 2456, de 30-XII-1953, para vigorar em 1949-53 e 1954-58, sendo que nesta última na comarca de Paraibuna. 

Em divisão territorial datada de 01-VII-1960, o município é constituído de 2 Distritos: Natividade da Serra e Bairro Alto. 

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999.

Inclusive, o meu Trisavô Possidônio Thaumaturgo de Salles, em 1873, constava como Ourives no "Almanach" da região, sabendo-se que Natividade do Rio do Peixe, era o local de extração de ouro, sendo que ali nasceu um de seus filhos Francisco de Paula Salles em 1854, o qual posteriormente foi Alfaiate e empresário do ramo alimentício, conforme o "Almanach" de São José dos Campos, para o ano de 1905.

Aliás, a minha Bisavó Julieta Francisca de Salles, irmã de Francisco de Paula Salles, nascida em São José dos Campos em 1861, e o meu Bisavô Manoel Portes de Araújo, também nascido em São José dos Campos em 1854, casaram-se nessa Paróquia em 1892.   

Meus Trisavós Paternos, Possidônio Thaumaturgo de Salles, nascido em São Sebastião em 1817 e Francisca de Paula da Luz, nascida em Pouso Alegre, Minas Gerais, em 1819, casaram-se nesta Cidade, no Bairro Alto, porém não nesta Igreja, pois a data do casamento foi em 20 de junho de 1853, dez anos antes da instalação da Paróquia  de Nossa Senhora da Natividade 

Fontes: https://www.natividadedaserra.sp.gov.br/a-cidade/historico

Wikipedia

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