Crônicas de Taubaté- A fundação da Cidade

Antes da fundação de Taubaté, havia na região em que hoje se situa o Cristo Redentor uma aldeia de índios guaianás, conhecida como Tabaybaté (topônimo que significa "aldeia alta" em tupi), de cujo nome veio o nome da cidade.

Em 1560, Mem de Sá, então governador-geral do Brasil, incumbiu Brás Cubas de organizar uma expedição para a exploração do interior da Colônia. 

Esta expedição passou pelas terras em que hoje se situa Taubaté.

No final do século XVI e início do século XVII, a colonização paulista, que até então se limitava aos arredores de São Paulo de Piratininga e ao litoral de São Paulo, começou a expandir-se pelos vales dos rios Tietê e Paraíba do Sul. 

A donataría da Capitania de Itanhaém, da qual o atual Vale do Paraíba pertencia a Condessa de Vimieiro, neta e herdeira de Martim Afonso de Sousa, se interessou na colonização dos sertões do Vale do Paraíba.

Com isso, o bandeirante Jacques Félix, abastado morador de São Paulo de Piratininga, foi incumbido de iniciar as colonizações daqueles sertões. 

Em 1628, Jacques e seus filhos Domingos Dias Félix e Belchior Félix recebem sesmarias nas regiões compreendidas entre Tremembé e Pindamonhangaba.

Em 20 de janeiro de 1636, obteve poderes de avançar pelos "Sertões do Paraíba" por meio de provisão do capitão-mor da Capitania de Itanhaém, Francisco da Rocha.

Finalmente, em 13 de outubro de 1639, por meio de provisão do capitão-mor da Capitania, Vasco da Mota, foram dadas ordens a Jacques para construção da igreja matriz, casa para o conselho, cadeia pública, arruamento, engenho de cana-de-açúcar e farinha de milho, além de concessão de terras às famílias trazidas pelo fundador, assim surgindo um povoado por volta de 1640. 

As terras em que o povoado se formou foram dadas a Jacques em 30 de junho de 1639.

Em 5 de dezembro de 1645, por provisão do capitão-mor Antônio Barbosa de Aguiar, o povoado foi elevado à categoria de vila, a primeira da região, com o topônimo de São Francisco das Chagas de Taubaté, sendo, assim, escolhido oficialmente seu padroeiro.

Foi no principal período das bandeiras, entre 1690 e 1715, que a vila alcançou relativa prosperidade com o abastecimento das bandeiras tanto vindas da Vila de São Paulo de Piratininga quanto saídas da própria Vila de São Francisco das Chagas de Taubaté.

Taubaté tornou-se um "centro irradiador de bandeirismo".

Seus filhos tiveram, como grandes feitos, a fundação de numerosas localidades, destacando-se a maioria das cidades históricas de Minas Gerais, na época, um enorme território inexplorado, desconhecido e sem colonização também pertencente à Capitania de Itanhaém, com destaque para Mariana, primeira Vila, núcleo colonial e capital mineira, além de Ouro Preto, São João del-Rei e Tiradentes. 

Outra cidade importantíssima a nível nacional fundada por bandeirantes taubateanos foi Campinas.

Deve-se também o descobrimento de ouro em Minas Gerais pelo bandeirante Antônio Rodrigues Arzão em 1693, o que proporcionou a Taubaté receber uma Casa de fundição de ouro.

Com o fim da era do bandeirismo, a partir de 1715, a economia da vila passa a ser baseada no cultivo da cana-de-açúcar. 

A partir de 1825, aproximadamente, no Vale do Paraíba, a cultura açucareira passou a ser substituída pela cultura do café.

Em 5 de fevereiro de 1842, devido ao seu tamanho e a sua importância na região, a vila recebe do então presidente da Província de São Paulo, José da Costa Carvalho, o Barão de Monte Alegre, o título de cidade, tendo seu topônimo simplificado para Taubaté.


A vila já havia alcançado, em 1836, a cifra de 11.833 habitantes, sendo o maior núcleo populacional do interior da província. 

Em 1900, a cidade alcançou a maior produção cafeeira do Vale do Paraíba.

O enriquecimento progressivo e a prosperidade econômica são sentidos em diversos setores. 

Taubaté ganha uma estrada de ferro, com trens de passageiros e cargas para cidades vizinhas e para São Paulo e Rio de Janeiro. 

Em 1878, ganha o Teatro São João, bondes urbanos de tração animal em 1881 e seu primeiro jornal, o Taubateense, em 1861. 

Recebe iluminação a gás no ano de 1884, empresa telefônica em 1893 e o tradicional Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho em 1879.

No ano de 1891, Taubaté teve uma de suas primeiras indústrias, a Companhia Taubaté Industrial, onde se fabricavam "morins" (tecidos brancos e finos de algodão), que eram vendidos para grande parte do Brasil. 

Até os dias atuais, alguns dos prédios que abrigaram a indústria se mantêm preservados na Praça Felix Guisard (conhecida como Praça da CTI), próxima ao Centro da cidade.

CTI - Companhia Taubaté Industrial

No dia 26 de fevereiro de 1906, na gestão do presidente Rodrigues Alves, foi assinado o Convênio de Taubaté pelos presidentes dos estados (hoje, "governadores") de São Paulo (Jorge Tibiriçá Piratininga), Rio de Janeiro (Nilo Peçanha) e Minas Gerais (Francisco Antônio de Sales). 

O convênio tinha, como objetivo, incentivar a produção de café através do controle das plantações e dos valores das taxas para exportação e para o consumo interno.

Em 1920, a cafeicultura entrou em decadência, processo que já vinham ocorrendo desde a década de 1880. 

A rizicultura, beneficiada pelo Rio Paraíba do Sul, foi uma das alternativas na época.

A partir do fim da Segunda Guerra Mundial, fatores como a mão de obra barata disponível no município e a fácil comunicação com as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo levaram  Taubaté a se industrializar. 

A Estrada de Ferro Dom Pedro II (Central do Brasil) e a Rodovia Presidente Dutra passavam pela cidade. 

A consequente demanda de exportação do país alavancaram a produção industrial do município.

Fonte: Wikipedia.org.

Imagem: Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1008946



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