Crônicas de Salto- A Fábrica Brasital
A posição geográfica privilegiada, junto à queda d’água, foi fator decisivo para os primeiros investimentos fabris, assim como a chegada da ferrovia, com a instalação dos trilhos da Companhia Ituana de Estrada de Ferro, em 1873.
Nesse mesmo ano, o empresário José Galvão da França Pacheco Júnior inaugurou a primeira fábrica de tecidos na margem direita do Tietê, batizando-a de Júpiter.
Pouco depois, em 1882, o Dr. Francisco Fernando de Barros Júnior, político republicano cognominado Pai dos Saltenses, inaugurou a sua tecelagem, à qual deu o nome de Fortuna, poucos metros mais abaixo daquela pioneira.
Em 1885, seria a vez da Fábrica de Meias de José P. Tibiriçá.
No ano de 1887, a Fábrica de Tecidos Monte Serrat, de Octaviano Pereira Mendes.
Ainda no último ano da monarquia, 1889, inaugurava-se na margem oposta do rio, a primeira fábrica de papel da América Latina, de Melchert & Cia.
A esse despertar industrial correspondeu o aporte de trabalhadores europeus, desviados em parte da lavoura do café e de outros produtos.
No caso saltense, foram sobretudo italianos, atraídos em grande número pelas tecelagens, mas fixando-se também em pequenas propriedades rurais e no comércio miúdo pela cidade.
Também aqui, nesta pujante Cidade, meus Bisavós, Raymundo (Ramon) Barcellos e Vicência Rúbio, os quais imigraram para o Brasil, no ano de 1890, originários de Barcelona, Espanha, vieram contribuir com seus conhecimentos e habilidades.
Imagem capturada nos anos 1950, onde da direita para a esquerda estão: Minha Mãe Iracema de Marins, Minhas Tias, Cynira Marins e Maria do Carmo Marins, todas nascidas em Itu, com a Brasital ao lado esquerdo.
Segundo minha Tia Aparecida Marins Cavalcante, natural de Itu e neta deles, hoje com 90 anos de idade, afirma que seu Avô Raymundo (Ramon) Barcellos, que era engenheiro em Barcelona, também trabalhou na famosa Brasital,
Os Rúbio-Barcellos, segundo minha Tia Aparecida Marins, chegaram inclusive, a possuir uma fundição em Salto, meu Bisavô Ramon, residia na Rua Marechal Floriano, no centro da Cidade, faleceu aos 04 de maio de 1940, sendo sepultado no cemitério da saudade.
Continuando, sobre a criação da Brasital, o capital italiano se fez presente, já que as duas fábricas pioneiras se uniram numa unidade maior e transferindo-se para a propriedade de europeus, através da Società per l´Esportazione e per l´Industria Italo-Americana.
Em 1919, esta daria lugar à Brasital, indústria que marcou a vida da comunidade por décadas, como maior empregadora e responsável pelo surgimento de vilas operárias e de todo um modo de vida, com profundas raízes na cultura local.
Atualmente, as instalações da Brasital, abrigam o Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, o CEUNSP, modelo de sucesso na formação acadêmica.
Fontes: salto.sp.gov.br
Imagem: Fábio Barros.
Fotos: Autoral
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